segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Fernando Portela no MundoMundano

 Você é um escritor, sabia?
Palestra de Fernando Portela no MundoMundano,
quinta-feira passada
Fotos de Joyce Torres e INframe/Divulgação MundoMundano
“Nem parecia uma reunião de jovens. Eram dezenas deles. E muito ligados no que eu tinha a dizer. Imaginei, antes de aceitar o convite para fazer a palestra, que talvez fosse ouvido por seis ou sete, como já aconteceu no passado, aliás, quando falei de jornalismo e da minha experiência, mas sempre há aquela suspeita de que a divulgação pisou na bola.
Agora, nesse dia 31 de janeiro, certamente não: o tema da palestra, ‘Você é um escritor, sabia?’, talvez fosse levemente marqueteiro para juntar tanta gente. Mas, na verdade, o mérito foi da divulgação e dos charmes do local e do sarau.
O Instituto Cultural MundoMundano em Pinheiros, coração de São Paulo, é genuinamente paulistano também; porque é, sobretudo, universal. Que coisa boa: gente fazendo palestra, dando cursos, declamando poesia, tocando e cantando suas músicas, apresentando suas performances... O Brasil precisa de points culturais. Queria eu fazer uma palestra no Oiapoque; e, logo depois, outra no Chuí.
As meninas e meninos que me foram ouvir, descobriram que todos nós somos escritores (se quisermos, claro), assim como seríamos pintores, músicos, atores. Do que você precisa? De forma e conteúdo. A forma eu dou a qualquer um – porque fiz isso durante quinze anos da minha vida, pelo menos, moldando talentos do zero. Alguns focas apareciam no jornal da minha vida, o Jornal da Tarde – eram todos muito jovens – com a maior dificuldade de ajeitar um predicado depois de um verbo. E o meu papel era fazê-los entender que a vida, apreendida na rua, pode ser escrita – e, às vezes, com muita graça.
Foi essa a tônica da minha palestra no MundoMundano, como serão minhas oficinas este ano: fora da prática, do dia a dia, do erro e acerto, poderá até haver salvação, mas ela vai demorar um pouco.
As pessoas terão as noções mínimas da forma para conseguirem se expressar. Já o conteúdo é só com elas. Porque até para delirar, escrevendo, você precisa organizar, ou parecer desorganizar, as palavras.
Esse trabalho, inclusive, vai além do aprendizado prático da escrita. Agora mesmo, um estado do nordeste está negociando comigo a possibilidade de ministrar oficinas a mulheres depressivas. O texto, a expressão do texto escrito, é um resgate emocional, além de uma ressurreição pessoal (‘fui eu que escrevi isto!’).
Aqui entre nós: não é possível sentir prazer maior do que resgatar o sorriso nas pessoas. É o que eu quero na vida, hoje, além de escrever minhas histórias!”

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